Na Idade Média, devido à herança judaica, a palavra tinha importância capital na reprodução dos temas dos Antigo e Novo Testamento e as imagens eram proibidas,
Como disse anteriormente neste post, o cristianismo chegou ao povo Celta através de monges e escravos. Nos mosteiros desta região, havia o trabalho de copiar as passagens bíblicas mais importantes, relacionadas principalmente com os 4 evangelhos.
As chamadas iluminuras, são as letras iniciais de cada página copiada, onde a letra se funde gradativamente com imagens e símbolos.
Isto nos fica mais claro quando analisamos o livro de Kells, ou Evangeliário de São Columba, datado de cerca de 800 d.C. que foi confeccionado pelos monges celtas, sendo a principal obra do cristianismo irlandês.
A página CHI-RO, que significa Cristo, é a mais celebrada página do Livro de Kells (XPI h generatio – Christi autem generatio). Mas se percebermos os detalhes, vemos inserida nela uma série de símbolos celtas relacionados a sua religião primitiva, ou druidismo.
Na parte direita do CHI-RO temos fragmentos do nó celta, símbolo relacionado com algo que não tem começo nem fim e um dos símbolos mais conhecidos desta cultura.
O mesmo acontece repetidamente com toda a simbologia dos celtas. Na Idade Média eram proibidas as representações “pagãs” dos povos chamados bárbaros, mas através dos detalhes das iluminuras estas tradições foram passadas e conservadas até os dias de hoje.
Na página dedicada a representação do Cristo Entronado há uma representação clara da Triskle, que é o símbolo representativo pela evocação dos 4 elementos da Natureza: água, fogo, terra e ar.
Na página referente aos símbolos dos 4 evangelistas – João, Mateus, Lucas e Marcos ( São Mateus é simbolizado por um anjo; São Marcos, por um leão; São Lucas, por um touro; e São João, por uma águia) nas molduras da iluminuras estes mesmos símbolos celtas se repetem.