Primeiro foi o Nada. Foi a subtração.
Subtração de vidas, de liberdades. Subtração de sonhos e de realidades.
E sobre a solidão de máscaras, de lugares, eu te procuro no local mais improvável.
E de toda a improbabilidade, paradoxalmente a esperança se materializou.
Que aquele pedido silencioso se faça de carne e osso, incorporado através de todos os sentidos.
O contraponto da minha mente acelerada e caótica, a pausa necessária.
Meu olhar em movimento começou a vislumbrar o mundo sem a lâmina fria que causa a dor de viver em um mundo cinza.
Mas ao mesmo tempo em que tudo fez sentido, nada fez sentido, pois a caminhada na aridez do caminho sempre foi só.
O véu do desconhecimento deve ser retirado, pouco a pouco. Descobertas, reflexões, acordos.
Deverei avisar à Magritte que a distância virtual colocada entre a tessitura dos amantes será retirada?
Farei isso com minhas próprias mãos.
Não será através da queda brusca do véu, pois tudo será com a delicadeza de uma bailarina, e aos poucos conseguirei transformar este pano denso e disforme em algo fluido e etéreo.
Também não quero que o véu se desfaça totalmente, mas que ele fique tão sutil que a vida jamais abandone o mistério.
O mistério de viver, o mistério de amar, o mistério de se entregar.

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