Este semestre eu fiz uma disciplina chamada A História da Fotografia.
O trabalho de fim de curso foi produzir um vídeo de tema livre, e eu escolhi como tema o olhar do meu filho Johann, de 23 anos, sobre sensações e sentimentos. O desenvolvimento foi bastante interessante pois não estava valendo a materialidade, ou seja, ele não poderia listar coisas materiais, tinha que ser subjetivo.
Ele listou 7 coisas, que amava, 7 coisas que odiava e 7 objetivos do futuro. Após a definição desta lista, eu entrei no banco gratuito de imagens pixabay e selecionei imagens que no meu entendimento representava as sensações / sentimentos. Uma questão bastante interessante foi que no vídeo eu não consegui colocar “odeio”, pois para mim é uma das palavras mais fortes negativamente para se dizer. Eu substituí por “rejeição”.
Ao apresentar o trabalho na disciplina, constatei que, independente da geração, nós ainda temos os mesmos desejos e sonhos, que as imagens foram bem compreendidas, mesmo que o vocabulário seja diferente.
O vídeo está publicado no youtube, onde abaixo colei a URL. Espero que gostem. Me mandem um alô sobre o que acharam. é só clicar em “sobre o blog, sobre mim”.
No mundo contemporâneo as obras de arte não se encontram apenas na antiga tríade, sejam elas pintura, escultura e arquitetura. As artes digitais diferenciam qualquer produção, principalmente as de videoclipes. Um dos mais fantásticos clipes que já vi até hoje em termos de inspiração artística é o Losing My Religion – R.E.M do que se percebe claramente a disputa do estilo barroco com o renascentista.
Me atrevo até a analisar os frames segundo os fundamentos de Wollflin, que em seu trabalho historiográfico separa 5 pares de conceito que distingue o barroco do renascimento.
Renascimento
Figura 1 – renascimento
1) A forma fechada – fica claro neste frame, ou seja, toda a história cabe na imagem, o expectador não foge o olhar da tela, a tela está contida nela mesma.
2) Linearidade: percebemos os detalhes do panejamento, da asa, das nuvens. Os traços são contínuos.
3) Planaridade: Toda a cena ocorre em planos paralelos, ou seja, podemos facilmente retirar a árvore, por exemplo, sem prejuízo da imagem dos homens, o mesmo acontecendo com a montanha.
4) Pluralidade: Como existem planos paralelos que podem ser “fatiados” sem perda de contornos, cada fatia desta mantém sua autonomia. Estes planos são autônomos.
5) Clareza Absoluta: A tela é clara, transborda a claridade e assim se percebe todos os detalhes do quadro, como se o expectador estivesse jogando um foco de luz diretamente na tela.
Barroco
Figura 2 – Barroco
1) Forma Aberta: No frame selecionado, percebemos que a cena não termina nela, existe uma diagonal nas personagens que faz com que o olhar saia da tela, procure algo fora.
2) Pictórico: não há contornos definidos, linhas formando toda a imagem. Por exemplo, não conseguimos ver os pés da mulher ou a perna direita do homem desnudo.
3) Profundidade: o barroco brinca com a profundidade através do jogo de diagonais e claro/escuro. Há peso na parede, texturas que não são vistas no renascimento
4) Unidade: A supressão de qualquer personagem “retalha” o quadro. Não se consegue recortar, por exemplo, o homem desnudo do homem ao lado sem perda da história.
5) Clareza relativa: No barroco mais do que em qualquer outro estilo, o jogo de sombra e luz se faz presente para dar dramaticidade e densidade na tela. A luz não é frontal como no renascimento, mas vem de uma diagonal, que deixa determinadas partes obscuras nas pinturas.
Na realidade a análise de obras de arte é uma dos temas mais interessantes para um historiador da arte, mas fazer este trabalho em videoclipes é fantástico.
Bibliografia:
WÖLFLLIN, H. Conceitos Fundamentais de História da Arte. São Paulo: Martins Fontes. 1984.
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