Comemorando Hercule Florence

Radicado no Brasil desde jovem, o desenhista francês que estudou o canto das aves e técnicas de impressão é autor do mais antigo registro fotográfico das Américas

Olá amigos, sei que passei um “longo e tenebroso verão” sem escrever nada, mas confesso que fui (além de displicente) tomada por uma enxurrada de demandas de Artscience.

Fechei meu ano fazendo um curso intensivo de uma semana com imersão total na ferramenta Metaphorming e em inglês.

Depois, vieram as festas de fim de ano, entrega de relatório do TCC, conversa com orientadores, enfim, trabalhando que nem louca nas férias.

Na realidade ainda não acabou, no sábado agora estarei em um evento no Museu de Astronomia aqui no Rio de Janeiro falando sobre espólios de guerra, a partir do filme maravilhoso A Dama Dourada.

Mas não poderia deixar de contar para vocês que meu TCC sobre o artista viajante Hercule Florence já começou a render frutos valiosos e parte do meu trabalho foi publicado na revista de divulgação científica Ciência Hoje, com o título IMAGENS E AVENTURAS DE HERCULE FLORENCE.

Felicidade pura me define! Não deixem de clicar no link do título e ir lá conhecer um pouco do meu trabalho!

Até a próxima!

Maria Sibylla Merian e a invisibilidade feminina

Maria Sibylla MerianA alemã Maria Sibylla Merian (1647-1717) não foi, como muitos dizem, uma “naturalista e ilustradora botânica”. Esta simples apresentação leva Sibylla a ser conhecida apenas com uma mulher pintando aquarelas naturalistas.

Não! Ela, tanto quanto outras que a História encarcerou entre aquarelas e bordados, foi uma cientista, que viveu no séc XVII e fez descobertas maravilhosas no campo da botânica e da zoologia, com foco em entomologia.

Ela foi o primeira cientista a pesquisar e documentar o processo de metamorfose da borboleta. Seu estudo e observação se deu para analisar a hipótese vigente na época da geração espontânea, ou seja, belas borboletas seriam oriundas de materiais putrefatos, ideia esta em voga desde Aristóteles.

Em 1685 ela publica seu terceiro volume de ilustrações e se muda com a família para o Suriname, onde seu trabalho de botânica e zoologia mais de desenvolve.

Em 1701 ela volta para Amsterdã com malária e fica em definitivo na Europa. Até 1705 ela publica 60 ilustrações sobre as mais diversas fases evolutivas de diferentes insetos.

Em 1705 ela publica a obra Metamorphosis Insectorum Surinamensium, onde detalha através de textos e ilustrações o que seria a primeira obra de História Natural do Suriname

Com sua morte em 1717, sua obra Erucarum Ortus Alimentum et Paradoxa Metamorphosis é publicada postumamente.

Na atualidade ainda temos muito que resgatar da memória de grandes mulheres esquecidas ou relegadas a segundo plano. Maria Sibylla Merian, Marianne North, entre tantas outras fazem parte desde legado de grandes mulheres que pesquiso para resgatar suas histórias.