Setembro chegou. E com ele seu equinócio na promessa da renovação da vida.
Mas hoje foi um dia diferente. Mesmo que a temperatura estivesse amena para um início de setembro, eu senti um frio estranho, daqueles que se treme por dentro.
Hoje não consegui passar aquele delineador, que fica lindo, como o olhar de Nefertiti, aquela bela rainha egípcia.
Não consegui apreciar o bater de asas das borboletas Monarca Azul, em uma dança mágica rodando ao meu redor enquanto eu me sentava em meu lindo trono de madeira posto na varanda.
Hoje não ouvi o cantar dos pássaros, de toda as espécies que existem em nosso tão sofrido país.
Hoje não vi Luzia, com seu olhar ancestral recordando tantas lembranças em sua história.
Hoje acordei, e ao abrir os olhos só vi fumaça e fuligem, criada pelos homens medíocres de há décadas destroem aquilo que temos de mais sagrado – nossa memória. Por tudo que passamos, por tudo que erramos, por tudo que acertamos e por tudo que somos
Hoje acordei de luto. Meu coração acordou negro, ausente deste país que consome as aspirações dos jovens e as bem aventuranças dos velhos.
Tentando pensar em coisas boas e nas suas palavras… percebo de onde vem um pouco a aptidão do povo brasileiro em se virar… fama mundial. Estamos em um ambiente que nos prepara o tempo todo a adversidades, nada é dado, tudo é construído em cima de entulhos… em cima vidas que desmoronaram e se ergueram… Temos que ser Fênix!
infelizmente essa simbologia não cabe ao acontecimento.
CurtirCurtido por 1 pessoa
Você falou algo muito profundo Natália, “Tudo é construído em cima de entulhos”
Muita verdade em poucas palavras.
bjs
CurtirCurtir
Fogo, fumaça e fuligem, como as que costumam sair do Orodruin…desta vez nem precisa do senhor do escuro pra acabar com a alegria dos homens, na verdade o próprio povo queima seu patrimônio, já aconteceu antes, espero que este seja o último. Há vários museus e bibliotecas importantes, como o arquivo nacional, a Biblioteca nacional, o museu de Petrópolis…e outros. Até quando?
CurtirCurtido por 1 pessoa