A primavera já chegou em setembro, mas esta mulher soberana em seu manto vermelho, caprichosa como só as mulheres podem ser, só quis chegar no início de outubro.

E neste lindo domingo, dia 02 de outubro, ela começou a se apresentar. Eu a esperei durante muito tempo, e finalmente este dia chegou.
Para honrar este encontro eu me vesti de branco. Mais do que qualquer cor, o branco é o somatório de todas elas. Meu branco representou com orgulho o arco-íris dos meus irmãos LGBTQIA+, e celebrou a liberdade do Espírito para manifestar em seus corpos o que eles são. A cor representou todos os meus irmãos pretos, pardos, indígenas, asiáticos, brancos. Todas as etnias estavam em minha roupa branca, mesmo porque daqui a pouco, estas cores se misturarão no mesmo solo que há de reciclar nossos corpos.

Ao olhar pela minha janela, percebi pelo balançar das folhas que ainda corria um vento frio, pois a primavera chega com passos firmes mas delicados.
Assim achei por bem me proteger das ruas ainda cinzentas e frias com a minha echarpe vermelha, minha companheira de tantos momentos. Ao passá-la ao redor do meu pescoço, percebi que ainda faltava algo para honrar a chegada da nova estação. E aquele batom vermelho completou meu sorriso de alegria.
Flor de Pascoa (1873) Marianne North.
E assim fui ao encontro da nova estação, com passos firmes, esperança no coração, fé no futuro e na certeza que há uma estrela a nos guiar.
Afinal, por mais que seja rigoroso o inverno, jamais se pode deter a chegada da primavera
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