A Ciência nas entrelinhas do terror

“Para examinar as causas da vida, precisamos primeiro entender a morte”

Frankenstein – Mary Shelley
Imagem: pixabay

O medo é uma caracteristica humana. Desde os medos ancentrais, como o medo das doenças ou da perda da liberdade até aqueles que buscamos através das artes e da literatura.

Dentro do pulsar acelerado do coração ao ver um filme de suspense ou terror no ambiente acolhedor de nossa casa, experimentamos sensações controladas de uma descarga de adrenalina que pode ser parada no simples desligar da TV

A partir do século XIX, vemos que a sensação do medo migrou das religiões e lendas para uma esfera mais concreta, mais racional – a inserção da ciência como alicerce das histórias de terror. Agora temos o verossímil associado aos nossos medos, como se fosse um “certificado de autenticidade”.

Nossos monstros não são mais quimeras, dragões ou seres mitológicos, mas produtos da ciências biológicas, antropológicas ou de cenários contaminados.

O monstro de Frankenstein foi criado a partir de transplantes de órgãos, que no século XIX ainda era uma teoria embrionária da medicina enquanto disciplina acadêmica mas que já assustava pela possibilidade real de acontecer. Um monstro criado por partes de cadáveres humanos e animais.

Atualmente a ciência possibilita o transplante de órgãos, enxertos com peles de animais, criação de orelhas humanas em ratos, clonagem e tantas outros “milagres”, mas quando vemos ou lemos o conto de Frankenstein, o medo de uma criatura destas ainda nos movimenta um medo vitoriano.

É como se, ao entrarmos neste universo do terror, colocássemos o racional para dormir e nos entregássemos ao prazer da descarga de adrenalina das cenas impactantes. Somos uma caixinha de surpresas…

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