Tomás de Aquino foi um grande filósofo italiano, que viveu entre 1225 e 1274.  Foi um frade católico, e seu trabalho no campo da escolástica e sua dialética é fantástico. Ele desenvolveu vários comentários a respeito das obras de Aristóteles, incluindo Metafísica.

Seus escritos compilados na Suma Teológica nos levam a uma reflexão completamente atual. A sua argumentação dialética aprofunda o debate dos variados temas envolvidos não apenas ao Cristianismo mas à sociedade como um todo.

Um dos conceitos que Tomás de Aquino desenvolve é o da Perfeição, o que é perfeito. E é um dos conceitos que mais me fascinam pois mesmo sendo escrito há cerca de 750 anos atrás, é mais atual que nunca.

Perfeito vem do Latim PERFECTUS, “completo”, particípio passado de PERFICERE, “acabar, terminar, completar”, de PER-, “completamente, de todo, sem faltar nada”, mais FACERE, “fazer, levar a efeito”.

Então Tomas nos traz a idéia, a partir da etimologia da palavra, do que seria perfeito, ou seja, de todos os lados que vemos o “objeto” ele está completo. E o que está completo na atualidade? Nós indivíduos ou a sociedade como um todo está completa? Totalmente feita?

O que é uma obra perfeita? O que é a beleza perfeita? Porquê queremos ser perfeitos?

Este estado de doença da perfeição pelo que passa a atualidade faz de nossa sociedade uma sociedade doente. Temos tantos transtornos emergindo. Tantas fobias. Nos transformamos em reféns de nossas mentes. Somos recortes de nós mesmos.

Queremos o corpo perfeito e mais do que ter empregos perfeitos, precisamos ser empregados perfeitos, termos relacionamentos perfeitos.

Magritte em sua obra Decalcomania nos dá esta idéia. Estamos deslocados por dentro tentando nos “alocarmos” por fora. Padrões, padrões, padrões…