MANSPLAINING ou “deixa eu te explicar TUDO o que você já sabe”

Dia destes, em uma aula, eu estava lendo a citação do evangelista Mateus para falar sobre a origem do termo “efeito Mateus” e consequentemente explicar o “Efeito Matilda”, que já escrevi neste post.

Qual foi minha surpresa quando um cara presente na reunião me interrompeu e começou a explicar aos demais o que eu estava falando. Nem preciso dizer que visualizei um salto na jugular do sujeito e peguei ranço total.

Lá atrás, quando eu trabalhava no ambiente off-shore, demasiadamente masculino, eu relevava na maioria das vezes. Mas agora eu estou falando do ano de 2020 de uma pessoa teoricamente esclarecida, em um ambiente acadêmico. O machismo na nossa sociedade é tão estrutural que os homens não se percebem de seus atos.

O Mainsplaining ocorre quando o homem, no “alto de sua sabedoria e complacência” explica o que a mulher já sabe. Pegando uma definição básica do wikipedia temos: Mansplaining é um termo que significa “(um homem) comentar ou explicar algo a uma mulher de uma maneira condescendente, confiante, e, muitas vezes, imprecisa ou de forma simplista”. A autora Rebecca Solnit – que teve um livro de sua autoria explicado (para ela!!) por um homem em uma reunião – atribui o fenômeno a uma combinação de “excesso de confiança e falta de noção”. Lily Rothman da revista americana The Atlantic define o termo da seguinte forma: “explicar sem levar em conta o fato de que quem é explicada sabe mais do que quem explica, o que é geralmente feito por um homem a uma mulher”

imagem: https://www.shethepeople.tv/blog/genderwars-omnipresent-menace-mansplaining/

Existem pesquisas e estatísticas que demonstram que a mulher tem uma probabilidade muito maior de ser interrompida do que o homem. O jornal The Intercept Brasil fez um post sobre mansplaining onde ele cita que no primeiro debate da campanha eleitoral entre Trump e Hilary Clinton, ela sofreu interrupção 39 vezes enquanto estava falando.

Como podemos perceber, esta questão do desrespeito à opinião feminina, seja ela política, acadêmica ou até mesmo sobre futebol ainda está longe de ser ideal. Mas a questão é nunca desistir de colocar as suas opiniões.

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