Uros e o Lago Titicaca

Quando eu estava viajando pelo Peru a caminho de Macchu Pichu, passei pela cidade de Puno, uma cidade central para quem quer visitar o Lago Titicaca pelo lado peruano, que é um lago nos Andes que fica na fronteira entre Peru e Bolívia.

A cidade tem uma estrutura muito precária para hospedagem, principalmente para quem viaja de carro como eu. Além do mais, como em todo o Peru, haja  pollo (galinha) para comer. A cidade fica a 3.812m acima do nível do mar, e por conta da altitude eu só me sentia confortável com chá de folha de coca, que é vendida na feira como nossa hortelã.

A maioria dos turistas que vão conhecer o Lago Titicaca embarcam por Copacabana, na Bolívia, mas foi um país que nunca tive coragem de entrar de carro pelas histórias que a gente escuta dos viajantes nas paradas das estradas.

De Puno fui conhecer as ilhas flutuantes de Uros, no meio do Lago. Estas ilhas são artificiais, construídas pelos nativos peruanos e bolivianos para morar.  Existem evidências que os Uros existem desde a época pré-colombiana, de uma cultura que desenvolveu este tipo de habitação no meio do lago para sua maior segurança.

Os Uros são feitos de uma planta herbácea chamada Totora (Scirpus californicus). Estas “camas” passam por um processo constante de manutenção, e tudo é feito em cima dos Uros, inclusive existem escolas, pousadas e bares. Os habitantes dos Uros vivem basicamente do turismo e do artesanato.

Para quem gosta de conhecer culturas diferentes, tenho certeza que ficará encantado com um passeio de barco com os moradores dos Uros.

Salta La Linda

Em minhas viagens, de todas as cidades que passei a que mais me apaixonei foi Salta, que fica a noroeste da Cordilheira dos Andes.

Além de ser a cidade mais hospitaleira, ela tem uma vivência cultural intensa. Salta foi a cidade que mais preservou sua arquitetura colonial, que se funde com as construções neoclássicas. A catedral de Salta tem detalhes belíssimos, e suas cores em tons pastéis salta aos olhos.

A Igreja de São Francisco de Salta é um dos mais belos edifícios de estilo neoclássico do século XIX na Argentina.

O Museu de Arqueologia de Alta Montana (MAAM) possui em seu acervo as múmias mais bem conservadas do mundo. Devido à baixa temperatura da Cordilheira dos Andes e à baixa umidade, elas foram muito bem conservadas por séculos dentro dos cestos que foram enterradas em sacrifício. As pessoas sacrificadas (neste caso três crianças incas, chamadas de los niños há mais de 500 anos) foram embriagadas com cauim – uma bebida alcoólica à base de milho, colocadas  dentro dos cestos e assim morreram de frio e sufocadas.

Além desta maravilha, temos o Museu de Belas Artes (abaixo), que possui em eu acervo cerâmicas e outros objetos da fantástica civilização inca.

Em Salta eu fiquei hospedada no Alto Parque Hotel.   Este hotel fica perto do Centro da cidade, e é um hotel muito aconchegante, com garagem própria –  o que é o paraíso para quem viaja de carro – os quartos são amplos e arejados e se algum dia quiser ir para Salta, o que eu recomendo de olhos fechados, fique neste hotel.

A cidade é arborizada, as pessoas são cordiais. Existem várias praças com cafés onde voce pode dar uma descansada depois de correr o circuito dos museus. Tanto que o apelido de Salta é la Linda, Salta La Linda, sem nenhuma dúvida.

Das duas vezes que subi a Cordilheira dos Andes eu fiquei um tempo em Salta La Linda, e não tenha dúvida, voltarei a ela com certeza!