Efeito Matilda

Rosalind Franklin
Rosalind Franklin

Porque àquele que tem, se dará, e terá em abundância; mas àquele que não tem, até aquilo que tem lhe será tirado (Mt. 13:12)

Não, não…não estou falando de religião. Estou falando de uma questão de gênero bastante interessante – o Efeito Matilda, uma variação do Efeito Mateus (uma visão metafórica da sociologia, que diz que o homem rico fica cada vez mais rico e o homem pobre fica cada vez mais pobre).

O efeito Matilda é um termo utilizado no campo da História da Ciência, e é relacionado com a dificuldade da sociedade reconhecer as mulheres cientistas com a igualdade que se reconhece o homem cientista.

Este efeito foi descrito pela primeira vez no século 19, pela escritora, sufragista e abolicionista  Matilda Joslyn Gage (1926-1898), que escreveu um ensaio chamado ” A Mulher como Inventora”. Em 1993 a historiadora da ciência Margaret W. Rossiter cunhou o termo em homenagem à Matilda (Social Studies of Science 1993 23: 325).

Vemos em toda a história, mesmo a mais recente, a diferença de tratamento. Uma publicação bastante interessante sobre esta diferença de visibilidade é o livro “A Ciência é masculina? É sim senhora!”, do escritor Attico Chassot, que nos traz uma série de artigos e números comprovando esta verdade.

Um dos mais reconhecidos casos foi de  Rosalind Franklin (1920-1958), atualmente reconhecida como um dos cientistas que descobriram a estrutura do DNA, que na época foi atribuída a Francis Crick e James Dewey Watson.

Netie Stevens (1861-1912) teve um trabalho determinante sobre a determinação do sexo através dos cromossomos. O crédito desta descoberta foi dado a um outro geneticista, Thomas Hunt Morgan.

Estes são apenas dois casos entre dezenas registrados nos anais da ciência, de mulheres brilhantes que foram esquecidas ou relegadas a segundo plano, como no caso de casais de cientistas onde a mulher é chamada de assistente.

Como podemos perceber, a invisibilidade feminina está presente em todos os campos do saber, porque a Ciência é masculina, sim senhora!

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